You have no items in your shopping cart.
0item(s)
You have no items in your shopping cart.
Cerca de um terço da população apresentará algum tipo de dor crônica durante a vida. À medida que vivemos mais, cresce o número de pessoas com dores na coluna, articulações, doenças reumáticas, câncer, degenerações ou inflamações nos órgãos internos e outros problemas que podem provocar dores crônicas.
Dor é uma sensação que surge quando há ameaça de dano aos tecidos. Senti-la é fundamental para manter a integridade do organismo. Doenças que alteram a sensibilidade estão associadas ao aparecimento de traumatismos e ferimentos imperceptíveis. É o caso das ulcerações que costumam surgir nos pés dos diabéticos portadores de neuropatias nos membros inferiores, por exemplo.
Dores crônicas podem ser devidas tanto a desordens do sistema responsável pela percepção quanto da inibição da dor. A fibromialgia, por exemplo, uma doença debilitante causadora de dores musculares crônicas muitas vezes não diagnosticada pelos médicos, é tida hoje como consequente a um desarranjo nos mecanismos de inibição da dor. É um erro considerar a dor crônica como uma versão prolongada da aguda. Quando os sinais de dor são gerados repetidamente, os circuitos neurológicos sofrem alterações eletro químicas que os tornam hipersensíveis aos estímulos e mais resistentes aos mecanismos inibitórios da dor. Disso resulta uma espécie de “memória dolorosa” guardada na medula espinal.
Estudos recentes têm demonstrado que essa “memória dolorosa” está ligada a mediadores químicos muito semelhantes aos envolvidos no processo intelectual de memorização. O conhecimento detalhado desses mediadores levará à descoberta de analgésicos mais potentes e com menos efeitos colaterais.
Os circuitos nervosos responsáveis pela dor crônica são tão diferentes daqueles associados à dor aguda, que muitos autores propõem nomes diferentes para caracterizar os dois processos: eudinia para as dores agudas e maledinia para as crônicas.
Dor crônica é uma doença debilitante com consequências nefastas para a condição física, psicológica e o comportamento. Seus portadores desenvolvem depressão, deficiências psicomotoras, lembranças e sensações de perda que muitas vezes guardam pouca relação com o quadro doloroso.
Tais sintomas costumam ser interpretados como característicos de patologias psiquiátricas, quando na verdade refletem apenas a semelhança que existe entre dor e memória.